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Exclusão de cidades sedes



Por Jorge Hari, do blog Economia da Copa

Um informe publicado neste portal da Copa 2014, desde o seu início, começa agora a ser divulgada pela grande mídia, como a matéria publicada pela Folha de São Paulo, de hoje, sete de setembro: “Fifa pode excluir até duas sedes da Copa-14″.

Ao final do processo poderão ficar apenas oito, se não houver a participação direta do Governo Federal, no investimento nos estádios.

De há muito estamos mostrando o que os estádios projetados para a Copa 2014 são economicamente inviáveis, só com o futebol. As duas exceções são o Mineirão e o Maracanã, desde que não se parta para megalomanias que também os inviabilizem.

Um padrão básico a ser considerado é do investimento máximo de R$ 10 000,00 por lugar (assento). Ou seja, um estádio para 40.000 lugares não deverá custar mais que R$ 400 milhões.

Três outros parâmetros são fundamentais para a viabilidade econômica dos estádios: o número de jogos no ano, o valor do ingresso médio e a taxa de ocupação.

O número de jogos no ano, depende da CBF e das respectivas federações, juntamente com os clubes. Sem um acordo que viabilize a realização de jogos importantes, independentes do mando, no estádio padrão FIFA, em cada uma das cidades, esse não será viável.

Precisa de uma taxa de ocupção superior a 50% e um ingresso médio superior a R$ 30,00.
Isso nos ficou evidente, desde as primeiras análises, mas ninguém quis ouvir ou fazer as contas pelo receio da sua cidade não ser escolhida.

Agora diante da realidade dos números, não conseguem atrair investidores privados para empreender a construção dos estádios.

Os interessados na construção querem ser contratados pelos Governos, recebendo durante a construção. Os supostos parceiros que foram alardeados só querem assumir a operação, em regime de concessão ou PPP. Não querem investir na construção.

Com a escolha do Brasil, como sede da Copa 2014, a CBF criou – por exigência da FIFA – um comitê de organização local. Esse comitê deveria ter dado as diretrizes econômicas para as cidades. Indicando pelo menos os quatro grandes parâmetros acima apontados.

Até porque o responsável pela área financeira do Comitê é um renomado economista, com PhD no exterior, professor daq FGV e ex-Presidente do Banco Central.
Sabia, ou deveria saber, os parâmetros básicos da (in)viabilidade econômica, mesmo sem estudos aprofundados.

FIFA, CBF, Governo Brasileiro e outros deixaram que Governadores, Prefeitos, dirigentes futebolisticos, empresários, sociedades regionais, etc. se animassem numa disputa, sonhando alto, esperando por um milagre que Jesus (ou melhor Lula) já havia anunciado, em alto e bom som, reitaradas vezes, que não iria ocorrer.
Mais um tempo e será o fim das ilusões.

Que já abateu cinco cidades que ficaram de fora da lista do final de março.
E que poderá abater mais duas ou até quatro cidades até o final do ano.
Há muita negociação e sofrimento pela frente.

Desnecessários se não se acenassem tantas ilusões, baseadas em falsas impressões.

1 Espinafrar:

Anônimo disse...

Bela matéria. Vocês são um dos poucos, se não os únicos que sempre tiveram coragem de dizer isso.

Agora, a informação é oficial, vem da Fifa. Quem vai contestar??

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