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Do discurso à prática



Da Equipe FutebolPR

Quando se tornou parceira do Paraná Clube, para erguer seu Q.G no Ninho da Gralha, a B.A.S.E, através de Marlo Litwinski, deu a seguinte declaração à imprensa no dia da inauguração do CT, em Quatro Barras, em 19 de dezembro de 2008: “Teremos as portas fechadas para esses agentes. Vamos revelar jogadores para o Paraná Clube, atletas que possam jogar por muito tempo aqui.”

Menos de um ano depois, o discurso cai por terra. O Paraná Clube acaba de vender direitos econômicos de Élvis, Bruninho e Vinícius para a Zetex Sports. Por R$ 600 mil, o novo parceiro do Tricolor comprou 20% de cada jogador. Foi por terra a falácia da B.A.S.E, de que jogadores formados no Ninho da Gralha não seriam contaminados por empresários.

Pior: o negócio depreciou as revelações. O mesmo Litwinski, também em declarações à imprensa, chegou a dizer que Elvis valia R$ 14 milhões. No entanto, pelo valor do negócio com a Zetex, o jogador hoje está com seus direitos econômicos calculados em R$ 1 milhão, ou seja, desvalorizou R$ 13 milhões em seis meses.

Começou, tem que terminar



Caio Dipow, especial para o FutebolPR

A operação deflagrada sábado, pela Secretaria estadual de Segurança Pública, não pode parar por aqui. Não se pode criminalizar a Império Alviverde se o mesmo não for feito com a Os Fanáticos e a Fúria Independente, entre outras. Hooligans com potencial tão destrutivo como os detidos na torcida organizada do Coritiba estão também nas facções de Atlético e Paraná Clube.

É ingenuidade achar que vai se acabar com a violência no futebol, e outras mazelas, acabando apenas com a Império Alviverde. Os setores de investigação da polícia sabem o que se esconde por trás das organizadas, e o sinal dado sábado demonstra que o poder público não irá recuar nesta operação. Mas não basta prender. É preciso a chegar a quem financia esses grupos e de que forma eles obtêm dinheiro.

Para o bem do futebol paranaense, e para que o Estado, a partir de um mau exemplo, se torne um exemplo para o resto do país, é hora de acabar com as organizadas, como defende o secretário Luiz Fernando Delazari. O torcedor que ama seu clube não precisa de torcedores profissionais para dizer como eles devem se comportar nos estádios ou não. O custo da “festa” já está muito caro para a sociedade curitibana, principalmente.