Por que Lopes caiu?

Da Equipe FutebolPR

O empate no Atletiba foi só o estopim de uma relação que já vinha desgastada havia pelo menos um mês. Começou depois da derrota por 2 x 1 para o Operário, em plena Arena. Antônio Lopes foi cobrado sobre o porquê não ouvia as considerações de Leandro Niehues em relação ao time. O técnico preferia debater a escalação apenas com o filho, Lopinho.

Apesar de ser contratado como o assistente técnico oficial do Atlético, Niehues, ultimamente, vinha se limitando à função de “espião”. Era mandado observar os adversários, mas nem sempre o que relatava se levava em consideração. Criou-se um mal-estar e a gota d´água foi o Atletiba. Niehues tinha dados interessantes sobre o Coritiba, que não foram avaliados por Lopes na hora de montar o time.

Mas não foi só isso. Já estava também havendo um desgaste de relacionamento entre técnico e elenco. O estilo do Delegado teria ajudado a “queimar” jogadores como Raul, Renan e Patrick. O treinador também se tornou um crítico da qualidade do grupo. Passou a insistir em reforços. Não aprovou o argentino Javier Toledo e os colombianos Serna e Vanegas, e só conseguiu emplacar Tartá.

Na reunião desta segunda-feira, que começou no final da tarde e foi até à noite – por isso o anúncio da demissão só saiu quase à meia-noite -, Lopes usou a tabela do Brasileiro para fazer ver a diretoria de que o elenco carecia de reforços urgentes. Chegou a citar o Coritiba, dizendo que o rival, apesar de estar na Série B, tem um grupo mais qualificado. A cúpula atleticana alegou que não há recursos para gastar em contratações.

Diante do impasse, e do desgaste, Lopes e Atlético decidiram romper. O técnico, que já foi campeão estadual por Paraná Clube e Coritiba, mais uma vez não conseguiu repetir o feito pelo Rubro-negro. Esta foi sua 4.ª passagem no Furacão – 2.º clube que ele mais comandou, depois do Vasco.

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