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A manobra Copel

Nello Morlotti

Acabou a Copa do Mundo 2010. A Espanha campeã fez descer a cortina na África do Sul, que ganhou pelo menos oito elefantes brancos espalhados pelo país. São estádios que dificilmente virão a servir para algo daqui para frente, haja vista que o futebol sul-africano não atrai público e o rugby – esporte principal por lá – dificilmente vai se utilizar de toda a estrutura erguida para a Copa.

Para um país tão cheio de desigualdades quanto o Brasil, a Copa na África do Sul sangrou o orçamento da nação tanto quanto sangrará os cofres públicos brasileiros. A partir desta segunda-feira, se aceleram as manobras para viabilizar o mundial de 2014. O que vai se ver será a criação de um Estado paralelo drenando recursos para estádios e obras de “infraestrutura”, a fim de atender as demandas da Fifa, enquanto os reais problemas do país ficarão mais 4 anos em segundo plano.

Infelizmente, Curitiba e o Paraná não serão poupados. Por aqui, os primeiros movimentos para que o público e o privado se confundam já deram os passos inciais. Tudo leva a crer que a Copel – a joia da coroa – servirá de pano de fundo para uma manobra que possa capitalizar a adequação da Arena da Baixada ao caderno de encargos da Fifa. Entenda como.

Na semana passada, o anúncio de que foram suspensos os descontos para os usuários que pagavam em dia as contas de luz fizeram cada ação da Copel subir de R$ 33,60 para R$ 37,20. O mercado, que não avalia o prejuízo social, mas apenas o lucro, sinalizou que gostou do fim do desconto e a venda de ações da empresa disparou.

Diante disso, circulam informações de que o governo estadual prepara uma reforma na legislação que define a distribuição de lucro para os acionistas PN e a encaminhará à Assembleia Legislativa, com pedido de urgência. Hoje, o teto-limite para a distribuição de dividendos é de 25%. Há quem defenda que suba para 40%. Entre os acionistas PN da Copel há membros da FIEP, Fecomércio e Febraban.

É bom lembrar que essa reforma na legislação não passa pelo plenário da Assembleia. É feita pelas comissões da casa e pode muito bem ser aprovada na calada da noite. Se passar, o próximo passo será a convocação de uma assembleia extraordinária dos acionistas da Copel.

No encontro, seria anunciada a nova distribuição de lucros e o acionista majoritário, o governo estadual, faria um pedido: que os acionistas PN direcionem parte dos dividendos a mais para a operação de marketing em curso na companhia, que pretende criar a Arena Copel.

Essa é a manobra em curso, que vai transformar dinheiro público em privado, para finalizar a Arena do Atlético, às custas do fim do desconto na conta de luz de cada contribuinte paranaense. Fala-se em uma injeção de R$ 40 milhões no estádio, mas pode ser muito mais. Afinal, quando começou a conversa de Copa 2014 em Curitiba dizia-se que a Arena precisava de R$ 60 milhões para se ajustar ao caderno de encargos da Fifa. Agora, esse valor já está em R$ 180 milhões.

E a Copel, com estimados R$ 7 bilhões em caixa – um dinheiro que é de todos os paranaenses -, vai pagar essa conta.

Empate com Arapongas
retira Foz da liderança


1 X 1
Da Equipe FutebolPR

A 2.ª rodada da 2.ª fase da Divisão de Acesso foi concluída na manhã deste domingo, quando Arapongas e Foz do Iguaçu empataram por 1 x 1. O resultado tirou o time das três fronteiras da liderança do torneio.

O Foz tem o mesmo número de pontos do Roma Apucarana – 5 -, mas perde nos critérios de desempate e caiu para o 2.º lugar. Já o Arapongas ocupa a 4.ª colocação, com 2 pontos, e ainda não venceu nesta etapa do campeonato.

Os gols do jogo saíram no 2.º tempo. Diogo abriu o placar para o Arapongas, aos 2min, e Pequi empatou para o Foz, aos 34min. Na 3.ª rodada, o Arapongas recebe o Roma Apucarana e o Foz encara a Portuguesa Londrinense.