Pobre futebol paranaense

Caio Dipow, especial para o FutebolPR

No caso Arapongas x Operário, o STJD não deveria julgar pelo CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), mas por compaixão ao futebol paranaense. Se o Arapongas tomar a vaga do Operário na sessão da próxima quinta-feira, e cuja procuradoria deu parecer favorável ao time nortista, será a desmoralização total do esporte bretão por estas plagas.

Nada contra o direito do Arapongas reivindicar sua vaga na elite do futebol paranaense. É legítimo. Mas acontece que a reviravolta virá às vésperas da competição, já quase combalida pela história do “supermando”, pelo baixo potencial técnico da maioria das equipes e por uma promotora inoperante do campeonato. O futebol paranaense, que no final do ano passado já foi maculado pelo que aconteceu no Couto Pereira, não suportaria mais esse golpe.

Agora era a hora de a Federação Paranaense de Futebol ter força política para atuar nos bastidores e fazer valer a decisão tomada pelo TJD, e por ela mesma, que deu a vaga ao Operário. Mas essa força não existe. O futebol paranaense está ao léu, jogado à própria sorte e tornando-se um réu dos tribunais.

Pergunta-se: qual empresa, em sã consciência, se proporá a investir num cenário como esse, em que a bola na rede foi trocada pela insegurança jurídica? As que a fazem são por parcos recursos ou por misericórdia.

Se o Arapongas conseguir sair vitorioso do STJD, sugere-se que se dê a ele o caneco de campeão paranaense 2010, pois a competição estará natimorta. Até quinta-feira, o estadual fica na UTI e à mercê da compaixão do tribunal. Só resta rezar.

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