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A culpa da imprensa



Nello Morlotti

A violência de domingo também deve levar a imprensa esportiva de Curitiba a fazer uma reflexão. Sobretudo, pelo espaço que concede às torcidas organizadas e seus representantes. Alguns viraram celebridade, se elegeram a cargos públicos e têm até programa de TV e coluna em jornal, onde aparecem incitando a rivalidade. Esse espaço na mídia subverteu o grau de importância perante os torcedores.

Hoje, a grife da torcida organizada vende mais do que a camisa do clube. As sedes das torcidas organizadas têm mais associados que os clubes. Os chefes das torcidas organizadas são tratados como os representantes legítimos dos clubes. Acima do bem e do mal, e com o “OK” da imprensa, eles perderam a noção de limite e o fato é que os clubes viraram reféns.

Pior: os dirigentes se tornaram coniventes para não se incomodarem. As torcidas organizadas pedem dinheiro, e ganham. Conseguem reuniões com presidentes na hora que querem e têm boa parte de suas reivindicações atendidas. Em troca, prometem a festa nos estádios. Mas a que preço? Domingo se viu o custo desta simbiose perigosa, da qual o Coritiba não é a única vítima.

Recapitulando o que ocorreu este ano, se vê que Atlético e Paraná Clube padecem do mesmo mal. Quem não lembra de torcedores organizados invadindo a Vila Capanema para ameaçar jogadores? Eu mesmo sou vítima e tive de tomar medidas para preservar minha integridade física. E o que falar do Atletiba das bombas?

É hora de dar um basta a essa inversão de valores e a imprensa não pode se omitir de contribuir para isso. Os distúrbios de domingo devem servir para pôr uma pá de cal nas organizadas e em suas ramificações. Os verdadeiros torcedores de Atlético, Coritiba e Paraná Clube não vão sentir falta delas e os estádios, provavelmente, vão ganhar uma nova matiz. Xô violência! Ela não pode continuar sendo sustentada em nome da audiência e da venda de alguns exemplares a mais.

Mais um mineirinho



Da Equipe FutebolPR

O Paraná Clube definiu no começo da tarde desta segunda-feira a contratação do técnico Marcelo Oliveira, 54 anos. Ex-jogador do Atlético-MG nos anos 70 e 80, atuando ao lado de Reinaldo, Toninho Cerezo e Paulo Isidoro, ele foi o treinador do Ipatinga na reta final a Série B deste ano. Seu auxiliar técnico será Cleocir Santos, o Tico, que já desempenhou a mesma função no Tricolor em 1993, quando auxiliou Levir Culpi.

Além de definir o técnico, o Paraná Clube acertou a permanência de Marcelo Toscano e Luiz Henrique Camargo. Porém, perdeu o lateral-esquerdo Fabinho, que foi para o Guarani, e deve também perder Rafinha. O Tricolor ainda negocia para segurar o zagueiro Montoya e o goleiro Zé Carlos, além do zagueiro Leandro.

Violência não relatada



Da Equipe FutebolPR

• Nas imediações do shopping Muller, oito carros fora destruídos.
• No shopping Jardim Américas também houve distúrbios.
• Shopping Estação ficou 3 horas fechado para impedir que torcedores o invadissem.
• Uma viatura do 12.º batalhão da PM capotou na Linha Verde ao ir atender uma ocorrência na Fazendinha.
• Bairros da CIC e Fazendinha lideraram o número de distúrbios.
• A polícia investiga a morte de um torcedor do Coritiba em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.
• O corpo de um homem, com camisa do alviverde, foi encontrado na manhã desta segunda-feira pela polícia, mas ainda não há informações se o caso tem alguma relação com a violência na capital.

Cadê a diretoria?



Da Equipe FutebolPR

Já se passaram 18 horas da barbárie no Couto Pereira, o mundo fala da tragédia, e a diretoria do Coritiba ainda não se pronunciou sobre o que ocorreu. Nem o site do clube traz uma linha que tente, minimamente, explicar o fato.