
Estive nesta quarta-feira cedo na audiência pública ocorrida na Assembleia Legislativa, e que debateu a canalização de recursos dos paranaenses para uma obra privada, denominado-a Arena Copel, sob o pretexto de que Curitiba não pode perder um evento como a Copa do Mundo de 2014.
O que se viu foi cinismo puro. Primeiro, pela presença de Mário Celso Petraglia na mesa diretora da audiência, ungido por parlamentares como a sumidade da Copa 2014, quando, na verdade, ele é, sim, o grande obstáculo para que Curitiba defina-se sobre o evento. Se hoje há todo esse impasse, se deve a Petraglia.
Outro absurdo foi ouvir os deputados Stephanes Júnior e Ademir Bier defenderem uma reforma na legislação sobre a distribuição de lucro da Copel, a fim de que os acionistas possam concordar com a injeção de dinheiro da companhia no estádio atleticano. Mal sabem eles que especular com os papéis da empresa é crime.
Por fim, o clima de circo armado na Assembleia não apontou para nenhuma solução concreta. Serviu mais para os parlamentares ganharem mídia gratuita do que para trazer luz ao problema. Mas não se iluda internauta do FutebolPR: eles vão tentar uma manobra na CCJ da casa, possivelmente na calada da noite, para injetar dinheiro público em obra privada.
Louve-se que hoje os dois principais nomes do Atlético, o presidente Marcos Malucelli e o vice Enio Fornea Júnior, não estiveram no festival de papagaiadas. Sinal de bom senso. Aliás, foi o que faltou aos parlamentares, com raras exceções, como Antônio Anibelli, que associou o nome arena ao símbolo da ditadura militar – a ARENA (Aliança Renovadora Nacional). “Não quero nem saber desta maldita Arena, ainda mais associada ao nome da Copel”, ironizou. Nem ele nem boa parte dos paranaenses.
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