
Dizia-se que o sucesso do Paraná estava baseado na seriedade de seu presidente, o professor universitário José Carlos Miranda. Um ano depois, Miranda foi deposto, acusado de desvio de dinheiro na negociação de Thiago Neves. Luís Alberto deixou o Paraná e associou-se com o Avaí. O clube catarinense saltou da Série B para a briga por uma vaga na Libertadores. No ano passado, a L.A. Sports dividiu sua atenção entre o Avaí e o Coritiba. Este ano, o Coxa virou recordista de vitórias consecutivas e favorito na Copa do Brasil.
Luís Alberto de Oliveira parece Midas: o que toca vira ouro. Mas o sucesso de Coritiba e Avaí não consagra o modelo de parceria. É só um ingrediente de uma longa discussão. Acordos semelhantes fracassaram. Palmeiras e Traffic são exemplos disso. O Santos inicia o Brasileirão em guerra com o grupo Sonda, dono de 45% do contrato de Paulo Henrique Ganso. "O segredo é a independência. Iniciamos a parceria quando tínhamos uma situação econômica delicada. Mas sempre escolhemos os jogadores. Hoje, temos pelo menos 50% de todos do Luís Alberto. E ele tem comprometimento conosco'', jura o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade.
A palavra-chave é essa: independência. O modelo só vale assim, mas há até clubes independentes que recorrem a ele e se dão mal. O Manchester United ficou à mercê de Kia Joorabchiam na renovação de Tévez, que foi para o Manchester City. O caso do Avaí é diferente do Coritiba. "No início, indiquei o diretor de futebol e o técnico Silas, que busquei no Fortaleza. Isso mudou. Como parceiro do Coritiba, não poderia mais gerir o Avaí", diz Luís Alberto.
O Coritiba tem hoje cinco jogadores com passagem pelo Avaí, oito que pertencem à L.A. Sports. Em Florianópolis, dizem que a decisão da Copa do Brasil será Avaí A x Avaí B. No fundo, o campeão da Copa do Brasil pode ser um empresário.
*Trecho da coluna do PVC, publicada no Estadão
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