Só torcida não ganha jogo

Da Equipe FutebolPR

Foi bonita a festa, pá, fiquei contente. Ainda guardo renitente um velho cravo para mim. Já murcharam tua festa, pá, mas certamente esqueceram uma semente em algum canto do jardim. O trecho é da letra de “Tanto Mar”, de Chico Buarque, e exprime o que foi Atlético 1 x 1 Palmeiras, nesta quarta-feira. Empurrado pela festa da torcida, na Arena, o Rubro-negro conseguiu se emparelhar com o alviverde paulista, mas foi só. Limitado, o time atleticano não foi além do empate e está eliminado da Copa do Brasil.

Na partida de ida, o Atlético havia perdido por 1 x 0. Portanto, precisava vencer na noite desta quarta-feira. Mas aos 14min do 1.º tempo, levou um susto. Bruno Costa, que entrou em campo substituindo Valencia, fez pênalti em Lincoln. O zagueiro rubro-negro foi expulso. Na cobrança, Robert quis dar uma paradinha a la Alan Bahia, se embananou todo e chutou nas mãos de Neto. Este foi o lance mais agudo da etapa incial, já que os dois times estavam excessivamente preocupados em marcar.

Na etapa final, Leandro Niehues, que nesta quarta-feira foi anunciado como o técnico do Atlético no Brasileiro, decidiu lançar-se para o tudo ou nada. Só que das três substituições acertou apenas em uma: tirar Alex Mineiro e colocar Bruno Mineiro. Errou ao sacar Netinho, que era o jogador mais inteligente no meio-campo rubro-negro - e ainda tinha o poder de decidir em bola parada - e errou ao substituir Javier Toledo por Tartá, que poderia ter entrado no lugar de Lisa, que não fez uma boa estreia no Atlético.

Mesmo assim, o Rubro-negro tornou-se mais ofensivo e aos 29min Alan Bahia fez uma bela jogada individual, mas errou na conclusão, chutando fraco e permitindo a defesa de Marcos. Cinco minutos depois, o árbitro carioca reviveu a velha rixa Rio-São Paulo e marcou um pênalti de Léo em Bruno Mineiro, que só ele viu. Alan Bahia foi lá, com paradinha, e fez. A vantagem parecia que levaria a decisão para os pênaltis, mas aí o Atlético entrou na “Baierdependência”. Careceu do líder para segurar a bola.

O Palmeiras, para empatar, acelerou o jogo e aos 43min pegou a zaga atleticana desarrumada e Lincoln marcou aproveitando-se, ironicamente, de uma falha de Manoel, que chegou atrasado na marcação. o gol classificou o alviverde paulista e fez o Rubro-negro conhecer duas débâcles em quatro dias. Sem nenhuma conotação segregacionista, a semana verde, para o Atlético, terminou negra. Mas foi bonita a festa, pá.

21/4/2010
Copa do Brasil
Oitavas-de-final (jogo de volta)
Atlético 1 x 1 Palmeiras
Local: Arena da Baixada, em Curitiba; Árbitro: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ); Assistentes: Ricardo de Almeida e Wagner de Almeida Santos; Renda: R$ 554.637; Público: 20.367; Gols: Alan Bahia, 34min, e Lincoln, 43min do 2.º; Cartões amarelos: Lincoln, Pierre, Diego Souza, Tartá, Márcio Azevedo e Bruno Mineiro; Expulsão: Bruno Costa, 14min do 1.º
Atlético: Neto; Manoel, Rhodolfo e Bruno Costa; Lisa, Chico, Alan Bahia, Netinho (Marcelo, 16min do 2.º) e Márcio Azevedo; Alex Mineiro (Bruno Mineiro, 16min do 2.º) e Javier Toledo (Tartá, no intervalo)
Técnico: Leandro Niehues
Palmeiras: Marcos; Márcio Araújo, Danilo, Léo e Armero (Eduardo, 25min do 2.º); Pierre (Ewerthon, no intervalo), Edinho, Figueroa (Marquinhos, 37min do 2.º) e Lincoln; Diego Souza e Robert
Técnico: Antônio Carlos Zago

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