Está na hora de a torcida
pagar a dívida com o Coxa
Caio Dipow, especial para o FutebolPR
A bandalheira do final do ano passado, no Couto Pereira, promovida por facções organizadas, corroeu alicerces fundamentais do Coritiba. Fora de campo, foram minadas as finanças do clube; dentro dele, a capacidade física e emocional do time. Jogando sempre fora de casa, os jogadores não sentem algo que é caro para eles: o carinho da torcida, através dos gritos de seus nomes por uma massa de 10, 20, 30 mil pessoas. Falta-lhes, enfim, o chamado “doping psicológico”.
Mal comparando, os atletas estão se sentindo como se sentem aqueles que vão atuar no São Caetano, no Grêmio Prudente ou no Duque de Caxias – clubes tradicionalmente sem apoio popular. Entrar em um estádio com 1.500 pessoas no máximo, vendo mais lugares vazios de que cheios, deve ser frustrante para profissionais que só estão ali por que, quando jovens, sonharam em jogar para grandes plateias e em clubes populares. Sim, falta algo para o time do Coritiba. E esse algo é a presença maciça da torcida alviverde.
Após terça-feira, quando se encerra a punição imposta pelo STJD, a torcida vai precisar pagar uma dívida com o Coxa. Mesmo os torcedores que não têm nada a ver com os vândalos de 6 de dezembro de 2009 precisam ir ao Couto Pereira e dar a sua contribuição. O time, percebe-se, necessita sentir que alguém os apoia, além da comissão técnica e da diretoria. Só um estádio lotado vai revigorar o Coxa e fazê-lo reagir no returno da Série B, para manter-se no G4.
Neste sábado, em Guaratinguetá, os jogadores pareciam em fim de temporada. Bateu o cansaço. Mas ainda faltam 19 rodadas. O técnico Ney Franco já deve ter usado todos os seus argumentos para motivar a equipe, mas falta-lhe um: o argumento da torcida. Sem o 12.º jogador, o time já não dá mais conta de duelar de igual para igual no topo da Série B. Seria assim, mesmo se tivesse Messis, Gansos, Patos, Robinhos e Ronaldinhos no elenco. É uma questão psicológica, não técnica nem tática.
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