Já foram vários os comentários de que o Coritiba, com o acesso confirmado, precisa ter de quatro a cinco reforços para disputar a Série A – afinal, trata-se de uma competição em que o buraco é mais embaixo. Será? Claro que não se invoca aqui que o Coxa não deva se reforçar, mas o atual elenco tem mais coisas de Primeira Divisão do que de Segunda.
Dá para arriscar que se o Coritiba estivesse disputando a Série A poderia estar ombreando com o Atlético uma vaga no G10. Time por time, o Coxa pode ter uma certa desvantagem na defesa, mas é infinitamente melhor do meio para a frente. Pergunte ao técnico Sérgio Soares se ele não queria ter um Léo Gago, um Rafinha, um Marcos Aurélio e um Leonardo em seu time.
O Coxa também tem goleiro, com Edson Bastos e Vanderlei podendo atuar em qualquer time brasileiro. Tem ainda Leandro Donizete, um carregador de piano como poucos. Enfim, o atual time do Coritiba, guardada as devidas proporções, lembra aquele do Paraná Clube de 1992, que naquele ano ganhou a Série B. Todo mundo dizia, na época, que se o Tricolor estivesse na Série A brigaria pelas primeiras colocações.
O que se deduz, então, é que o Coritiba não vai precisar de muitos ajustes para encarar a Série A em 2011. Isso é bom, pois o técnico que vier a substituir Ney Franco já pegará uma base encorpada e ajustada. Aliás, aí está o pulo do gato do Coxa para a próxima temporada: definir um treinador que tenha uma linha de pensamento parecida com a de Ney Franco.
Deram-lhe os ingredientes, e Ney fez um belo bolo com o atual elenco alviverde. O título da Série B será a cereja no confeito. Que o próximo técnico, que vai assumir o time na Série A, não deixe esse bolo embolorar.
Em 2007, o América-RN estabeleceu um recorde negativo na era do Campeonato Brasileiro por pontos corridos: teve o pior desempenho da história, com apenas 14,9% - em 38 jogos, perdeu 28, empatou 5 e ganhou 4. Mesmo assim, despediu-se da Primeira Divisão como o “carrasco” do Paraná Clube. Foi único clube que o time potiguar venceu duas vezes. Como conseqüência, o Paraná também foi rebaixado em 2007 e ainda passou a ser acompanhado por uma maldição: há três anos só faz perder para as equipes do futebol nordestino.
Na Série B deste ano, o Tricolor já foi cinco vezes ao Nordeste, e perdeu quatro – 0 x 1 Sport Recife, 0 x 3 Icasa, 1 x 2 Bahia e 0 x 1 América-RN. Ganhou só do Náutico (4 x 1) e ainda vai enfrentar o ASA de Arapiraca. Desde que começou a “maldição nordestina”, o Paraná jogou 20 vezes na região nordeste e perdeu 13 vezes, além de cinco empates. Uma das únicas vezes que ganhou, foi de forma irregular. Na Série B do ano passado, no dia 19 de setembro, venceu o Ceará por 1 x 0 com o famoso gol de mão de Wellington Silva.
Dos estados nordestinos, o que mais causa calafrios no Paraná é exatamente o Rio Grande do Norte. O clube jamais venceu em terras potiguares. Entre as equipes da região, as que mais enfrentaram o time paranaense, somando amistosos, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, foram Bahia (14 vezes), Fortaleza (12 vezes) e Sport Recife (13 vezes). Contra os baianos, perdeu 8 e ganhou 4; contra os cearenses, rigoroso empate: 4 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. Diante dos pernambucanos, 5 vitórias e 6 derrotas.
Dos 12 clubes nordestinos que já enfrentou, o Paraná tem melhor retrospecto contra o Santa Cruz. De 5 confrontos, venceu 80%. As duas equipes não duelam desde 2006. O clube paranaense também nunca enfrentou equipes dos Estados do Piauí, do Maranhão e de Sergipe.
Quadro Os nordestinos que o Paraná já enfrentou Clube Jogos Desempenho ABC-RN 4 37% América-RN 10 35% ASA-AL 1 100% Bahia 14 35% Camaçari-BA 2 50% Campinense-PB 2 75% Ceará 6 50% CRB-AL 2 50% Fortaleza 12 50% Icasa-CE 2 25% Náutico 6 58% Santa Cruz 5 80% Sport 13 46%