A PALAVRA DO PRESIDENTE
Torcedor Atleticano,
Seguindo a política de democracia e verdade, marca da atual gestão, acredito ser pertinente trazer informações à comunidade atleticana e ao público em geral neste momento de intenso jogo de inverdades.
Nas últimas semanas, procuramos concentrar esforços em dois pontos específicos dentro das diversas atividades do nosso Furacão: a reação do time no Brasileirão e o encaminhamento da questão das obras na Arena para a Copa das Confederações/2013 e a Copa/2014.
Nesses dias, evitamos propositalmente interrogar manifestações difamatórias de oportunistas, sempre de plantão, tal como guardas da moral e dos bons costumes, justamente aqueles que nessas ocasiões são os mais implicados naquilo que criticam. Mas, devido à insistência dessa posição bélica e paranóica, faz-se necessário, menos do que esclarecer, tomar uma posição frente à histeria instalada dando a entender aos mais incautos que a situação do CAP é de abandono e de incompetência administrativa.
Não é, embora assim o divulguem os tais paladinos da moral e dos bons costumes, o que acaba repercutindo nas famigeradas redes sociais, que, como sabemos tem o seu lado exibicionista, valendo aqui lembrar Carlos Heitor Cony em crônica no jornal Folha de São Paulo, que oportunamente definiu o lado sombrio da internet como “cloaca de ressentimentos, inveja, calúnias, impotência existencial, fracassos profissionais (...)”. Sem dúvida, é preciso cautela e bom senso para frequentar estes dispositivos. Os sofismas proliferam no caso do CAP e deslizam para o mais fácil e raso argumento e se afastam do ponto que interessa a todos os atleticanos.
Agora, diante da manifestação de torcedores questionando o trabalho da Diretoria Administrativa e de seu Presidente de forma pública e francamente tendenciosa, gostaria de relembrar alguns fatos, que sempre merecem esclarecimento.
Em setembro de 2008, quando assumi o Departamento de Futebol do CAP a pedido de quem à época conduzia (e mal) os destinos do nosso Clube, do qual, é sempre bom lembrar, se intitulava “dono” – o mesmo fracassado desertor que pouco depois se tornou obstinado opositor -, estávamos na zona de rebaixamento e a 14 rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, demitindo o terceiro treinador no campeonato, com um elenco desmotivado, altíssimo risco de rebaixamento e sem possibilidades de contratações porque a situação à época era precária na parte financeira, sendo certo que grande parte da Torcida e da imprensa davam como certa e inevitável nossa queda para a Série B.
Contrariando toda e qualquer expectativa o ATLÉTICO foi superando obstáculos e se manteve na primeira divisão, o que também ocorrerá neste ano de 2011, restando ainda 29 rodadas no Brasileiro 2011, porque temos elenco, comissão técnica competente, infraestrutura, torcida aguerrida, suficientes para manter o CAP na elite do futebol nacional.
Eleito democraticamente Presidente para o triênio 2009/2011, pude constatar que a situação financeira da instituição era preocupante, apresentando balanço do ano de 2008 – devidamente auditado e aprovado pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo - com um déficit de R$ 18 milhões, o que fez com que a Diretoria Administrativa, em conjunto com os executivos do CAP, tivesse de conciliar todos os projetos da gestão com essa situação emergencial, fato que, sem dúvida, inibiu alguns arrojos que gostaríamos de ter cometido já no início da gestão, mas que o bom senso e a responsabilidade cívica nos impediram.
Devo dizer que houve muito esforço para resgatar a imagem do ATLÉTICO junto aos torcedores, à imprensa nacional e ao mercado do futebol, diante do desgaste sofrido pela instituição nos últimos três anos anteriores à nossa gestão, sem títulos e sofrendo críticas de todas as partes quanto à política de reclusão então vigente, quando predominavam restrições à liberdade de expressão e de imprensa, tentação à qual o antigo dirigente e dono da verdade aderia de pronto se contrariado em seu desiderato.
A atual Diretoria conseguiu praticamente dobrar o número de associados, fechou contratos de patrocínios muito vantajosos ao CAP e sem as comissões até então costumeiras, negociou novas e melhores cotas de direitos de transmissão de jogos e, enfim, promoveu de forma democrática a retomada do crescimento do Clube, sem jamais vincular esse desempenho a qualquer dirigente especifico e, importante, sem qualquer objetivo político ou de continuísmo à frente do Clube, por entender como edificante a alternância no poder.
No campo financeiro, há unanimidade dos especialistas de que o Furacão é o clube mais saudável do Brasil, passando nos últimos dois anos de um cenário de déficit para superávit de R$ 10 milhões em 2009 e de R$ 6 milhões em 2010. Revertemos uma tendência e obtivemos superávit graças ao trabalho de todos, à maximização das receitas e racionalização das despesas, recebendo o status de “Melhor Clube do País” no ano de 2010 segundo levantamento financeiro e esportivo do Jornal Brasil Econômico, fruto da administração de controle e do aumento de receitas, o que trouxe saúde financeira à instituição, alicerçado pelo resultado esportivo da quinta colocação no Campeonato Brasileiro, melhor campanha nos últimos cinco anos.
A Copa do Mundo é outro assunto que vem sendo conduzido com extrema responsabilidade pela atual gestão. Numa ação inédita e elogiada por todos (pasmem, até pelo desertor/opositor, em Assembleia do Conselho Deliberativo realizada em 31 de maio último), chegamos a um consenso financeiro viabilizando a conclusão da Arena seguindo todas as especificações do Caderno de Encargos da FIFA, com a participação do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal, tudo dentro do permitido pela legislação brasileira, sem onerar e desestruturar financeiramente o clube, coisa que não seria inteligente por mais ufanismo que uma Copa possa provocar nos torcedores brasileiros e nos atleticanos em especial.
Dentro de campo infelizmente estamos até o momento com um rendimento incompatível com o esperado para este Campeonato Brasileiro. Muito embora em todos os campeonatos brasileiros desde 2005 o Furacão tenha apresentado um resultado insuficiente nas primeiras rodadas, inclusive em 2010 quando terminamos como o 5º melhor clube do país, a situação inspira realmente maior preocupação e angústia, mas não podemos aderir à síndrome de avestruz e ignorar que o fomento de crises internas no clube só espraiam desencontros e equívocos dentro do campo, uma vez que o futebol, como de resto toda organização, é sistêmico e funciona entropicamente.
Por essas e outras é que não posso admitir que sujeitos de caráter duvidoso venham apresentar críticas destrutivas e infundadas ao trabalho do Conselho Administrativo do CAP. Por óbvio e formação democrática, ademais já demonstrada ao longo destes dois anos e meio de exercício de meu mandato, é evidente que aceito críticas, mas no sentido lato do termo e com força argumentativa, inédita, não construções marcadas por lugares comuns e vulgaridades própria da falta de construção do pensamento.
É estranho que, com o clube em ótima saúde financeira, com a questão Copa do Mundo bem encaminha junto ao Estado e à Prefeitura, inclusive com propostas de construtoras interessadas na reforma da Arena já apresentadas e que serão submetidas ainda neste mês à apreciação do Conselho Deliberativo, surjam promessas messiânicas vindas de um ex-presidente, tentando seduzir conselheiros e sócios com a mais barata das propostas, embora ao menos em uma oportunidade tenha essa mesma pessoa manifestado publicamente o seu interesse meramente patrimonial na realização da Copa 2014, conforme declaração que prestou ao jornal Gazeta do Povo, edição de 14 de fevereiro de 2010:
“Tenho minha origem empresarial. Nosso grupo pode fornecer grandes equipamentos para estádio. Por exemplo, nós temos uma das maiores fábricas de estrutura metálica do país, que fez até para o Atlético. Vou assessorar o PAC da Copa, um PAC da mobilidade muito forte. Temos fornecimento de sistemas de transporte ferroviário amplificado de pessoas. Partici¬¬pamos de metrô, então as cidades que terão de expandir esses sistemas, temos interesse de participar disso. Não estou assessorando clube nenhum, mas estamos sintonizados em função dos investimentos que a Copa trará para o Brasil nessas 12 cidades e seus reflexos. É nisso que estou voltado, para ver se sobram alternativas de negócios para o nosso grupo.”
Por isso, questiono: esse tipo de movimento tem realmente uma preocupação com o futebol? Parece-me muito mais própria de pessoas espertas em preços, mas que não têm a menor noção do que seja valor.
E mais, se na própria gestão do referido ex-dirigente (do qual me abstenho de citar o nome por absoluta evidência e para manter minha posição decente) o ATLÉTICO passou por dificuldades em campo, com iminentes riscos de rebaixamento, seria o momento no futebol um estopim para tamanha mobilização atualmente?
O que há por trás dessa iniciativa de tumultuar a atual gestão, inclusive aliando-se a tradicionais inimigos aos quais sempre acusou, uns, de criminosos e outros, de falacianos?
O tipo de homem aventureiro que sustenta uma retórica messiânica e, sobretudo, autoritária, é próprio do indivíduo sem qualidade que se aproxima do homem desesperado, que sequer consegue falar em nome próprio, responsabilizando "netos" como demandantes de uma tomada de posição, que faz conchavos e se acerca de aduladores conduzidos pelo fascínio que o paranóico exerce sobre algumas pessoas necessitadas de um líder, seja lá de que estirpe for.
Encerro me referindo, uma vez mais, ao que realmente importa: temos absoluta convicção de que as medidas já adotadas no Departamento de Futebol, além de outras que estamos tomando e avaliando diariamente, trarão efeitos benéficos ao nosso grupo de jogadores, a tempo de apresentarmos uma boa campanha ainda em 2011.
Com a nação atleticana assumo o compromisso: não vou desistir do ATLÉTICO, não irei abandonar o clube diante de um momento de dificuldade. Pelo contrário, o desafio atual me estimula, juntamente com meus companheiros de Diretoria, a querer trabalhar ainda mais. Temos 29 rodadas no Campeonato Brasileiro, 87 pontos em disputa. Não é da tradição do ATLÉTICO desistir antecipadamente e a história de raça, vontade, superação estimula a todos dentro do clube a lutar, dentro e fora das quatro linhas.
Tenham todos a certeza de que o CAP não está à deriva. Tem um Presidente que está atento a todas as vicissitudes e que tem o controle da situação, exercendo seu mandato com autoridade, sem precisar de autoritarismo.
Precisamos, isto sim, da união dos atleticanos do bem!
Saudações Atleticanas,
Marcos A. Malucelli
Presidente do Conselho Administrativo
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